Você não deveria ter me ligado nessa madrugada.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Sabe o que eu falei ontem sobre os pais terem sempre razão? Deixa pra lá.
Não sei quantas lágrimas derramei hoje tentando convencer a alguém os porquês d'eu estar ajudando alguém com a sua estadia aqui, sendo buddy, sendo coordenadora de células de comunicação, e depois ser questionada sobre excelência acadêmica (coisa que, pelo menos a USP, me considera segundo seus critérios recentes) e sobre o quão eu deveria amar meu curso. Eu não sou loucamente apaixonada por arquitetura como alguns amigos meus são, mas tenho lá minhas quedas por planejamento urbano, habitação social, paisagismo. Mas pra ser, por exemplo, urbanista, eu tenho que ser arquiteta também. Mas até quando eu vou ter que explicar isso, por favor?!
E daqui, o que me resta, é ouvir calada? Não, eu vou atrás do que acredito, valorizando não só o meu curso e o dinheiro nele investido, mas assim como as oportunidades que essa cidade me deu, como iniciação tecnológica, como a Aiesec, como o USP Recicla, como os trabalhos voluntários rápidos, como a zumba, como meus amigos daqui, como as lições que eu tive aqui, como o quanto eu cresci como pessoa nessa cidade. Cresci levando na cara, como todo mundo, mas já fico um pouco mais orgulhosa das coisas que eu pude fazer, tanto por mim, quanto pelos outros. E vem alguém, me liga ás 2h da manhã primeiramente no intuito de perguntar se estou bem, mas pra depois falar do quão irresponsável com o meu curso eu seria (sendo a aluna de excelência, mas alguém espera um 9 de média final, é isso?).
Porra, eu faço tudo o que posso! Eu me mato virando uma, duas noites pra entregar um projeto, pesquisando mais de 10 livros por vários dias pra escrever uma proposta (que aliás, meu orientador de material didático, ainda não está satisfeito), tive que estudar três semanas antes pro Toefl nas três semanas finais do semestre, me desesperei em cima das minhas apostilas de estruturas porque eu não estava entendendo nada, chateei amigos porque faltei em reuniões de projeto pra ter que ir em reuniões da Aiesec (e corri com todo o prejuízo depois), passei semanas estudando pra uma prova e levei uma nota bem menor do que alguém que estudou na noite anterior, cansei de chorar pra Thaís e pra Tiffany porque eu, não importa o quanto de mim eu tinha dado em uma matéria, não parecia o suficiente. Cansei de me martirizar pelos meus erros e como minha família/amigos/amados os veria. E sabe pra que? Pra chegar em Belém pra dar orgulho pra ÚNICA pessoa pra quem eu acho que tenho que dedicar todo o meu esforço? PRA QUE? PRA LEVAR NA CARA DESSE JEITO?
Eu não dou o direito de alguém me ligar no meio da noite, atrapalhando o meu sono, pra reclamar e jogar na minha cara o quão irresponsável, incompetente eu seria. Não importa se é uma pessoa x ou é ele. Uma coisa que aprendi nesses poucos 21 anos foi que o que eu ouvia em casa, a destruidora, a incompetente da Fernanda, irresponsável, a que esquecia tudo de propósito: eu não sou nada disso, pelo menos pra mim. E vou continuar não sendo. O meu erro foi dedicar tudo pra uma pessoa só e não fazer as coisas porque eu as amava, mas sim para alguém que me amava me olhar com orgulho. Uma vez, a irmã de um ex-namorado meu me sugeriu que eu deveria me amar mais ao invés de tentar agradar tanto os outros, de tentar dar tanto orgulho para os outros. É difícil, mas a vida vai fazendo a gente aprender isso, na porrada. Eu me orgulho pra caralho de mim mesma. Eu dei o meu melhor em toda a minha vida; na maioria das coisas que fiz, obtive sucesso; sou egoísta, sei que sou, mas não foi por isso que soltei a mão de ninguém.
Não, meu querido, eu não vou deixar minha buddy na mão, não vou largar a Aiesec, não vou desistir do meu atual sonho inglês, não vou deixar minha média de excelência cair, e sim, aumentar. E vou fazer as coisas do jeito que eu acho que elas são corretas. Se eu quebrar a cara, vou ter contas a acertar comigo e não com você!

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