Nublou.

terça-feira, maio 28, 2013

São Carlos acordou preguiçosa e fria com o tempo chuvoso. Enquanto eu esperava no ponto de ônibus para voltar pra casa, nos meus fones de ouvido tocavam uma canção que era particularmente agoniante. Transatlanticism sempre se apresentava naqueles momentos em que você não sabe se precisa dela ou não.
Durante esse dia chuvoso, eu tentei, me esforcei ao máximo para sair da bolha que me confinara nas horas anteriores, mas meus pensamentos estavam vazios. Não era raiva, nem tristeza, não houve uma definição do sentimento com exatidão.
Tem algo de errado, algo que eu poderia ter contato, algo que eu deveria esclarecer, mas daí vem o medo e a gente se encolhe, diz que "logo passa" e coloca aquele sorriso no rosto junto com o orgulho inflamado - não por razões de ego, pelo inverso: devido às angústias, o inflamado pode ser tanto de tudo ter piorado ou de ter sido, por proteção, colocado à frente.
E hoje, por fim, ao início da noite em meio a chuva, senti-me como se estivesse indo para um matadouro ao sair da universidade. Mas nada que umas palavras falsas não compensem o seu próprio silêncio do que não lhe é obrigatório.




I was standing on the surface of a perforated sphere 
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean, 
Making islands where no island should go.
Oh no.

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