Como Samuel Rosa costuma cantar, "o amor em seu formato mínimo", eu acabo me encaixando bem por aí. Não que eu seja uma pessoa dura, insensível ou de coração de pedra, como ouvi alguns comentários uma vez. A verdade é que não consigo mais me deixar entregar, priorizando a paixão por outros tipos de coisa, como o trabalho e os hobbies. Não é questão de "traumas" ou "relacionamentos mal resolvidos", é que talvez eu tenha me esforçado tanto a me fechar que talvez tenha virado um pouco egoísta além do necessário, mas também não é desse jeito.

Confesso que sinto falta daquela paixão arrebatadora, dessas que você vira noites idealizando o ser amado e supondo milhões de coisas completamente irreais. Se eu falar que nesses últimos tempos não gostei de alguém de uma maneira próxima à esse tipo de paixão, estarei mentido completamente. Foram beijos, alguns carinhos e trocas de características em comum que eu até imaginei que poderia dar em algo. Foi uma boa química, sim, não nego. Foi meio tímido, meio quente, meio "será?". É uma pena, mas imaginava que não daria em nada e que minhas palavras tinham sido em vão. Foi engraçado a esperança que tive de me deixar entregar, o tapa que levei ao desligar o telefone e a risada que dei no fim das contas pensando "dessa vez não, paixão".