Carta ao Paulo
quarta-feira, outubro 12, 2011
Love is watching someone die
So who's gonna watch you die?
Death Cab For Cutie
Paulo,
Lembra de quando te falei há dois anos (e aliás, amanhã faz os exatos dois anos daquele episódio que me levou até ti) daquele vazio que acorda e vai dormir comigo? Então, ele voltou. Voltou faz algum tempo, e parecia, até, que ia embora. Mas ele tá aqui; sinto-o ao meu lado, enquanto te escrevo esta carta. Paulo, quanto tempo faz que fui aí? Aqueles dias de tormento, aqueles três meses... Nos quais seguraste minha mão e falaste "minha amiga, corrói o que te dói, expulsa, te liberta". Oh, Paulo, não sei mais o que faço. Apesar de muitos amigos estarem por perto, o vazio tá aqui. Pensei em te procurar, cara, mas estás longe demais. Pensei em procurar teus concorrentes, e ainda acho que vou fazê-lo.
Não tá dando, meu amigo, pra aguentar. Desabei de uma altura alta demais para minha capacidade. Minha cabeça não pára, ela viaja, revirar tudo que já revirei milhões de vezes. Tá acontecendo tudo rápido demais e em uma quantidade dantesca. Isso martela minha cabeça loucamente, dia e noite, tira meu sono, aumenta minha ânsia. Já esgotei minhas lágrimas, Paulo, minha cabeça procura desesperamente por tranquilidade. Paulo, cadê as cores do meu mundo? Tá tudo embaçado, sem graça, desbotado.
Hoje em dia tem mais coisas, cara. Mais coisas que me atormentam; não é só aquele assunto de dois anos atrás. E esses outros assuntos também me assustam. É, provavelmente, você deve estar me repreendendo uma hora dessas ou, no mínimo, me achando uma idiota. Amigo, tá tudo sem sentido na minha vida. Os problemas vão se multiplicando todo santo dia, os anteriores vão piorando e eu vou me afogando. Vou desmoronar.
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