2 anos, 48 meses, 731 dias e um almoço.

segunda-feira, março 19, 2012

A sensação de quando você se apaixona por alguém que pouco conhece é o misto de curiosidade e medo. Você não sabe o que pode acontecer, o que pode sair daquele encontro, daquele(s) beijo(s).
Mas a sensação é pior ainda quando você olha pro momento de anos atrás e hoje parece tão distante, meio surreal, como se aquilo fosse apenas uma ilusão da sua cabeça. Fora tão bonito assim? Toda aquela áurea de curiosidade que envolvia dois amantes, tão ridículos em sua paixão, tímidos em seus olhares? Fora extraordinário e não há palavra além dessa para definir tal almoço.

Não que a sensação de observar o passado seja ruim. Dá uma paz imaginar tudo o que você sentia naquele momento; eu abri um sorriso ao lembrar da voz doce entre os tais beijos e o jeito que ele me protegia da rua, como era cavalheiro. O jeito que dividia o cabelo ou que seus grandes, alegres e amendoados/rasgados olhos me observavam. Ri das primeiras conversas. "Nossa, como éramos bobos! Lindos bobos!".

O que me deixa mais triste hoje é essa distância. Distância bem comum, pode-se assim dizer. Afinal, quem nunca teve um relacionamento finalizado e distanciou-se naturalmente para seguir a vida, para dar espaço para o outro ou qualquer motivo que você precise seguir. Mas que é triste lembrar que você não tinha apenas um namorado, você tinha um melhor amigo, alguém para trocar tristezas, pedir conselhos, rir de comentários únicos. Não que isso deixe de ser tão diferente de um melhor amigo comum, mas... ah, é diferente, de qualquer forma. Talvez seja a intimidade que existia e a confiança/cumplicidade adquirida.

É triste perder um melhor amigo pro tempo, pra um sentimento apagado e pros erros cometidos. Mas hoje só quero lembrar do tempo que nada disso parecia tão longe, no qual eu poderia fidelizar nos ouvidos dele tudo o que minha cabeça deixava passar, ouvi-lo brigar/elogiar/opinar com a sua grande sinceridade, que sempre lhe foi virtude. De como ele ria dos meus ataques de estresse e eu me sentia uma completa idiota por estar aborrecida com pequenos atos, coisas.... tão indiferentes perto da ligação amizade-amorosa que ali estava instalada.


"Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez eu diga:
- Meu amigo, pra ser sincera, prazer em vê-lo! Até mais!"



Não identifico o texto, mas tenho absoluta certeza se você ler - é, você mesmo - saberá que isso é pra você. Grata por todas as palavras - todas, sem exceção.

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