Cantorias no meio da rua e lembranças.

domingo, abril 15, 2012


Ele é uma completa criança. Não de cabeça, porque é homem feito, digo, é criança de espírito - não adianta, ninguém pula em um colchão de ar tão bem quanto ele, haha. É alguém de bom coração, um amigo leal e é uma das poucas pessoas que considero "extraordinária". Não adianta a burrada que ele faça, um dia ele vai pedir desculpas e vai se sentir mal por isso. Mas é uma criança incrível e o admiro muito por isso, porque eu sou próximo do oposto e sempre tenho ele como inspiração para levar a vida com mais sorrisos.
As noites correndo pelas ruas, as piadas sem graça - mas aquelas só os melhores amigos entendem -, as cantorias no meio da rua - "I love you, baby, if it's quite all right, I need you baby" -, os braços em volta do meu corpo tentando me consolar, os milhões de lenços que ele me emprestou quando tive problemas, como ele dormiu ao meu lado - sem tentar nada, como muitos poderiam fazer - e disse que ia ficar tudo bem...
Hoje tinha tudo pra ser mais um dos péssimos dias dessa semana, mas me chamaram pra comer. Entrei no elevador, olhei no espelho aqueles dois olhos cansados, estúpidos e vermelhos, tentei disfarçar com o óculos e subi. Foi a melhor coisa que fiz. Eu pensei em recusar o convite, devido uma certa gastrite nervosa ter me atacado novamente e o meu ânimo não estava lá bom, mas eu precisava levantar a cabeça e seguir adiante.
Lá, eu esqueci completamente dessa semana do cão. Eu sorri com tanta veemência, tanta alegria... lembrei das lições que eles me ensinaram nos momentos de dor: de como sorrir e irradiar isso. Ri deles, das piadas de sempre, dos pulos no colchão - claro, nunca me esqueço que o ex-melhor amigo (?) adora pular no colchão, acho o máximo e caio na gargalhada -, do programa estúpido que estávamos vendo na tevê, os planejamentos deles... saí com vontade de continuar lá, mas já estava ficando tarde e a minha gastrite estava retornando. Eu abracei os dois amigos e dei um "tchau" super feliz pro meu ex-melhor amigo (?). Não ousaria abraça-lo, pois, por motivos óbvios, a gente tem certo receio um do outro, mas ainda estou esperando o dia que eu vou pular naquele colchão novamente com ele e falar "nossa, você é meu melhor amigo novamente e eu senti muito a sua falta!". E que tudo siga seu rumo, na velocidade que for... Que um dia a amizade retorne... e se não retornar, que fique as boas lembranças do que ela foi.


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Não explicarei os porquês que deixamos nossa amizade ser esmagada, é algo pessoal e nosso. Mas se você ler isso, saiba que sinto falta das conversas sobre a vida, política, críticas, chatices e tudo mais.

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