Não é engraçado quando sua semana começa péssima e termina pior do que você imaginava - quando na verdade você pensava que iria começar a melhorar. Isso é frustrante ao extremo. E frustração foi o sobrou em mim nessa semana.
Eu saí ontem à noite, procurando diversão com dois amigos. Vi tanta gente conhecida, gente que eu não via há séculos, abracei, dancei, ri. Mas não adiantava, mal passei uma hora ali e estava já voltando para casa. Minha cabeça sintonizava nas palavras que proferi antes de sair de casa e tudo ao redor parecia tão inútil, superficial demais. Me joguei na cama e chorei como não chorava em meses e a noite terminou na luta entre as lágrimas e o sono.
Acordei com o rosto sujo da maquiagem borrada, mas acordei ligada nos últimos 6 dias e seus acontecimentos, fazendo com que eu me enrolasse no edredom com medo de tudo e todos. Toda a pressão exercida na minha cabeça, todas as palavras proferidas contra mim durante a semana, as brigas graves por telefone, o ódio que senti de tantas pessoas, os excessos, a dor de cabeça de três dias, os vômitos e pra finalizar, a frustração acumulada - e por fim, estourada - e todas as palavras pesadas que proferi contra aquele que era o único a me entender no meio desse tiroteio todo. Ao relembrar de tudo isso, voltei pra debaixo das cobertas, apertando o travesseiro e deixando os soluços tomarem conta.
Escrever isso aqui não me deixa melhor, mas me deixa mais leve, enquanto tomo consciência que agora, mais sozinha que nunca, preciso sair por contra própria do buraco que só faz crescer debaixo dos meus pés.


"The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no."
Transatlanticism, Death Cab For Cutie.