A cada 40 segundos, uma pessoa no mundo comete suicídio.
A Fernanda que eu conhecia era forte, autossuficiente, amigável, carinhosa, focada na vida profissional acima de qualquer outro objetivo de vida. E não é de menos, sempre foi uma das primeiras no colégio, sempre teve orgulho de dizer para a sua família de todos os vestibulares que passou de primeira, de ser sempre destacada no trabalho, de se eficiente e rápida em tudo o que fazia e se dedicava. Sempre fora leal com os amigos, se desmanchava para satisfazer eles e sempre os colocava acima de muita coisa. Era carinhosa e companheira em seus relacionamentos amorosos.
A Fernanda que eu conheço tem depressão.
A Fernanda que eu conheço agora já amarrou uma meia-calça em uma viga e contou os segundos para que o fim chegasse logo. A Fernanda que eu conheço agora passou boas horas no hospital por ter tentado se envenenar e chorava de agonia e de vergonha enquanto colocavam um tubo dentro de sua garganta. A Fernanda que eu conheço deveria ter morrido quatro meses ou quatro semanas atrás. A Fernanda que eu conheço não consegue acordar um dia sequer sem se perguntar o porquê de continuar ali, a Fernanda que eu conheço chorava todos os dias antes de dormir, chorava na rua, chorava em casa, chorava enquanto acende um cigarro para tentar deixar aqueles pensamentos sumirem na fumaça, no vento, inutilmente. A Fernanda que eu conheço afastou quase todos os amigos por não conseguir se manter estável, por não conseguir forças pra manter seus laços. A Fernanda que eu conheço se afastou da própria família. Nada supria meus desejos, minhas vontades e nada me tirava do semblante mórbido e cansado que eu adotei por muito tempo. A Fernanda que eu conheço tem muita vergonha da Fernanda que se tornou nos últimos três meses.
Esse é um apelo para todos aqueles que estão passando pelo desespero, pela solidão crônica, pela noites sem dormir ou pelos questionamentos das razões para levantar da cama todos os dias. Um apelo para que você se fortaleça, para que você procure ajuda, que você não se sinta sozinho, para que você não coloque em uma situação de risco à sua própria vida. Sinceramente, eu não consigo nem acreditar que cheguei nesse ponto em que eu me destruí, que eu não consigo mais sentir prazer nas coisas que eu tanto amava e que eu passei a desistir das pessoas também. Eu preciso de ajuda, agora muito mais do que nunca. Chegou em um ponto que eu comecei a desistir de mim mesma. Mas você, você que está lendo agora, você não é eu. Você não precisa ser eu. Você. Você é o sentido de continuar. Você é a sua própria cura. As respostas nunca saíram de dentro de você.
Poucos vão te entender, mas são estes poucos os valiosos que você deve se segurar. É não ter medo de pedir ajuda, é não ter medo de assumir que você falhou consigo mesmo. É sentir seu coração afundando, você se afogando, mas ao mesmo tempo seu corpo se esforça para buscar a superfície, buscando ar, buscando a liberdade. Procure dentro de si você mesmo. Repetindo o que alguém me falou uma vez, repeti no texto e repito novamente: você é a sua própria cura.
Mas lembre-se: não importa o quão desesperado você está, é possível se sentir melhor. Ter tendências suicidas não é defeito de caráter, e isso não significa que você seja louco, fraco ou fracassado.
Se você se sentir sozinho, se quiser alguém pra conversar, me procura no anonyfish.com:
nandz
Você é completamente anônimo e se sinta à vontade para falar do que você quiser.
Você é completamente anônimo e se sinta à vontade para falar do que você quiser.
Disque-suicídio: 141
http://www.cvv.org.br/ (ajuda online/e-mail/Skype/endereço dos postos de ajuda)
Se você estiver em uma situação de alto risco, ligue para o SAMU e peça ajuda: 192
Não deixe que a vergonha ou quaisquer outros sentimentos negativos o impeçam de ligar se sua vida estiver em perigo.
--
Incluído em novembro/2014:
Post externo: http://www.siteladom.com.br/sobre-depressao-preciso-levantar-dessa-cama
Obrigada, Lado M <3 p="">3>