Eco ou êco?

sábado, fevereiro 27, 2016

Ela faz arquitetura e tem cabelos vermelhos.
Deve estar no começo da terceira década da vida dela, entre seus 20-25 anos. Ela fez intercâmbio acadêmico e aposto que aprendeu muitas lições durante o programa, fez muitos amigos e tem muitas histórias para contar. Deve ter passado por momentos memoráveis, que ficarão gravados na sua pele por toda a sua vida. Se importa com os amigos, gosta de pessoas ao seu redor. Talvez tenha ficado um pouco cinza pelo ano europeu que viveu, mas mora no sudeste brasileiro na realidade, vivendo nas eternas discussões sobre as diferenças sobre o que é bolacha e o que é biscoito - e provavelmente ri quando alguém decide discutir isso em uma roda de amigos.
Gosta de viajar para visitar quem ela se importa e de passar tempo com essas pessoas, podendo viver o sorriso, a voz e os abraços destas criaturas que retribuem a afeição dela com mais afeição.
Depois de todos esses anos, poderia ser eu. Ela poderia ter cabelos vermelhos que nem os meus, estudar na minha universidade, ter ido morar um ano na Inglaterra, gostar de ver os amigos no Rio, Minas, Ceará, Paraná, Pará. Ela é fisicamente assim e realmente fez tudo o que eu falei anteriormente, porém em circunstâncias e em lugares diferentes. Até creio que nos daríamos bem e eu gostaria dela.
Inclusive, poderia ser eu quem estaria nos braços dele naquela foto. Fico genuinamente feliz pelo sorriso dele estampado no rosto.

Porém, ela não sou eu.
E depois do silêncio desses anos, eu falo sobre isso pela primeira vez.

Abro um sorriso para a noite de São Carlos, onde o sorriso frouxo dele reside também.

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