Aponta pra fé e rema.

segunda-feira, setembro 05, 2011


Conto fictício --


Uma risada compartilha a outra. Duas vozes que falam de seus desejos, seus sonhos, hábitos, gostos. Dois corpos, que presos em um magnetismo, não podem se aproximar para evitar levantar suspeitas. Havia um segredo ali. Um segredo construído na noite anterior. Cada ser bocejante aos poucos foi adormecendo nos quartos próximos e o silêncio começou a reinar no corredor. A cada palavra, um tremido, uma vontade violenta de abraça-lo.
Então, a despedida, os beijos - tão perigosos - e o pedido de mais. Houveram alguns sorrisos e enfim, entraram no quarto. Debaixo da mesma coberta, entrelaçados os corpos, os beijos recomeçaram. Não havia mais culpa ali, como acontecera na noite anterior, existia uma entrega total ao sentimento. Os beijos foram mais sinceros possíveis, assim como cada carinho, afago, ou olhar - apesar da escuridão.
As risadas baixas se confundiam com os suspiros, os estalos dos beijos foram encorbertos pelo barulho do vento que anunciava uma madrugada chuvosa. E as duas bocas, quase em desespero, iam encaixando-se. E acabou que eles dormiram, sem saber se adormeceram em um beijo ou não.
Ela acordou espantada às 5:30 da manhã e olhou pro lado. Ele dormia tranquilamente; então, ela arrumou o edredom para aquecê-lo bem, depositou-lhe um beijo nos lábios, colocou o celular dele no lugar combinado e saiu de fininho do quarto. Sorriu e dormiu.

(texto ruim, resultado de uma madrugada sem inspiração)

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