A Falta VII

segunda-feira, abril 06, 2009

Nota mental do dia: "Pra reparar as fraturas / E juntar as distâncias." - A Little Bit, A-ha.


"Don't wish, don't start
Wishing only wounds the heart
I wasn't born for the rose and the pearl
There's a girl I know
He loves her so
I'm not that girl"

(I'm Not That Girl - Wicked Soundtrack)

Porque a cada dia que passa, isso aqui dentro aumenta. Minhas forças aumentam também. Que meus pensamentos não me maltratem e que seu olhar não me mate. I hope.
-


Ontem, eu não sei classificar se foi um dia bom ou não.
Acordei tarde, fui fazer compras com meu pai. Almocei e fiquei assistindo Death Note. Me arrumei pra ir pro Wicked (adaptação do musical da Broadway do meu antigo colégio). Cheguei umas 10 pras 18 lá e fiquei conversando com o Yuri. Depois conversei um pouco com o Denisson e então a Lorena foi me levar pra comprar pipoca. Ela então disse que precisava pegar um negócio e me deixou a arrumar o cabelo no vidro do painel de avisos do teatro. Então meu coração parou.
Ele parou de andar também. Nossos olhares cruzaram pelos reflexos do vidro e tremi nas bases. Senti meus pés se agoniarem nos sapatos vermelhos, minhas mãos suarem frio e minhas pálpebras vibrarem. Meus orgãos clamaram e meus nervos rogaram, como na música do Chico. Meu estômago parecia ter perdido a noção de quando lançar suco gástrico. Então ele foi para a fila. Ora ele olhava para outro lado, eu também. Então encarávamos-nos de novo.
Dei meia volta, tímida - pensamento da Fernanda na hora: "A gente já namorou por 7 meses, somos capazes de trocar tantos segredos ainda hoje e eu, completamente TÍMIDA aqui ¬.¬" -, e então ele me chamou. Reuni todas as minhas forças e caminhei. Conversamos, rimos, brincamos, cócegas. Como se fóssemos amigos de longa data. Lembrei. Tirei da bolsa e lhe entreguei. Ele ficou surpreso e sorriu. Afinal, ele gosta de Alberto Caeiro. Comprei esse livro em fevereiro para ele, só que sempre esquecia de dar para ele (Eu e minha cabeça esquecida -.-). Suco gástrico jorando e meu estômago gritante. Seguimos na fila, então ela apareceu. Coração agoniou-se, mas creio que ela não percebeu minha presença. Então ela foi para outro lugar, sem perceber-me.
Entramos no teatro conversamos e então despedi-me, antes que ela voltasse. Fui nocauteada para dentro da sala de apresentações, como se tivesse tomado uma droga. Procurei meus amigos meio que desesperada, então ouvi uma voz. Rodrigo me abraçou. Ele sabe. Ouvi outra voz conhecida. Achei os amigos que procurava. Sentei lá e deixe-me envolver pelos sorrisos carinhosos de pessoas conhecidas.
O espetáculo foi realmente lindo, tenho que comentar isso. Uriel e Terezinha arrasaram, Kyria e Jéssica então.
Quando tocou "I'm Not That Girl", ninguém percebeu, mas muitas lágrimas correram do meu rosto. Limpei rapidamente, não queria que as luzes ficassem mais fortes e que meus amigos ficassem me bombardeando de perguntas. Espero que ninguém tenha percebido também no "I'm Not That Girl - Reprise". ._.
O musical acabou 22h. Bati fotos com Uriel (depois de ter lhe dado um gigantesco e sofucante abraço xD) e com Washi. Yuri e Alex foram me deixar na parada, e encontramos o Rafael também. Ver mais duas pessoas na mesma parada me deixou agoniada.
Lá vem o Cordeiro - Ver-o-peso. Faço sinal. Ela sobe. Eu também. Tento não olhar pra trás.
Sento atrás dela, nervosa. Puxamos assuntos diversos.
Ela é minha grande amiga, meu bebê, minha estrela, e eu deveria estar feliz por eles. Tento me focar nisso o tempo todo.
Eu a amo.
Eu o amo.
Tento dar meu melhor sorriso, confortá-la nele. Chega minha hora de descer. Penso: "Não sei quando nos veremos novamente, minha estrela.". Dou meu "tchau" e o "eu te amo" não quis sair da garganta. Desço e caminho pelo condomínio aonde pessoas dormem ou se preparam pra dormir. Eu sei que amanhã será outro dia, mas as lágrimas escapam sem que eu consiga segurá-las. Meu pai me abraça quando chego em casa e percebe meu rosto. Ele sabe.
Alimento-me de qualquer coisa. Meu irmão dorme profundamente. Coloco o celular do lado da cama. Deito e espero sinceramente não acordar nunca mais.

...

É madrugada e eu acordo do nada, com pensamentos me massacrando. "Preciso voltar a dormir", falo para mim mesma. Pego o celular para olhar a hora. Ele acusa algo em sua tela, que ocorreu às 01:10, porém eu estava adormecida. São 05:10. Não consigo mais dormir.
Nem respirar. Eu estou dando meu melhor, eu juro que estou. Quero ser forte, bem forte. Não quero ser uma fortaleza, mas quero agüentar a dor e superar-me. Então, por que essas lágrimas estão me molhando agora? Estou sendo fraca demais? Quero forças, eu quero muito.
Sinto-me em cacos, novamente.


http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=86054769
(Foto: organizando algumas coisas, pra guardar. Frio, reparem nas meias.)

2 reações

  1. muito bom o blog.. pode deixar que passo por aqui mais vezes!!

    ;*

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  2. Seus textos são tão sinceros, dá pra sentir oque vc sentiu ><'

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