Égua, Fernanda!

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Dias de cão. Todos nós temos alguma vez no mês, no ano... na vida, se você for mais sortudo.
Hoje foi mais um dia desses.
Acordei como se alguém tivesse me dado uma pancada na cabeça e a queimadura na perna doía como se aquele fosse meu fim. Agonizei uns bocadinhos na cama e chorei de dor até encontrar o anéstesico. Fui tomar banho e fui pro estágio. A verdade é que no banho pensei em tudo que havia acontecido naqueles últimos quatro dias, deixei que o choro tomasse conta e depois que a raiva explodisse. E isso juntou com os dias pré-menstruais.
Já cheguei no estágio brigada com três pessoas por telefone. Não era por nada, mas eu não estava a fim de conversas ou perguntas e por mais fria que tentasse ser - para que a pessoa desligasse o mais rápido possível -, não, parece que isso prendia-a mais ainda nos telefonemas. E a minha paciência, normalmente curta, estava horrivelmente transformada em nada.
No estágio, praticamente sozinha, tentei me acalmar e ver o lado positivo das coisas dos últimos dias. Não que não possua, muito pelo contrário... o que foram esses dias? É um sonho ou o quê? E acho que é esse estado de espírito - carinhoso, fofo e bobo - que me irrita profundamente, porque é algo que não vai dar em absolutamente nada, por mais que eu seja iludida - ou me iluda - no nível máximo. Essa certeza está me destruindo e formando uma raiva? Digamos que sim.
Saí do estágio para o trote da arquitetura e encontrar amigos. Não adiantou de novo. Lá estava eu, aborrecida, absorta nos meus pensamentos. Queria ser carinhosa, amiga, fofa... mas não, eu só era ódio por dentro. Eu queria chorar, mas o orgulho não me permitiu. Tentei ver um filme, tomar sorvete, pipoca, mas aquilo me martelava por dentro, repetia todas as cenas. E os problemas começaram a explodir novamente via telefone... outros problemas, coisas antigas.
Dia de cão.
Chegando em casa, me joguei na cama e praticamente pedia pro meu travesseiro me engolir, enquanto me irritava com as lágrimas. Limpei o rosto e fiquei a fitar o céu estrelado de São Carlos. Não sei o que fazer direito, nem como reagir a certas coisas, muito menos julgar outras, mas onde a tristeza deveria estar, só existe a raiva. E definitivamente, esse não é o lugar dela.


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texto ruim e rápido, mas é exatamente assim que me sinto.

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