Monólogo #11 - Supersônica

segunda-feira, abril 27, 2009

Tirou o fone de ouvido. Precisava de silêncio e concentração.
Fechou os olhos, deitou-se no chão tão familiar e mergulhou em si mesma. Viu fatos ruins e bons passarem como um filme de sessão de cinema; viu suas mágoas, dores, sorrisos e alegrias diante dos seus olhos. Retrospectiva?
Viu-se com 10 anos e o primeiro garoto que gostou na vida - ou pelo menos, o primeiro que lembrou -, o primeiro namoro, o primeiro beijo. Foi um namoro bonito, com seus altos e baixos. 3 anos e 7 meses de namoro. Da 5ª série à 8ª série. No fim da 7ª série, ocorreram fatos difíceis e ela sacrificou-se por 9 meses para fazer dar certo. Queria o pra sempre. Todavia no fim, os dois acabaram estragando tudo, errando pesado um com o outro.
Nesse período do fundamental, conheceu o melhor amigo, Manoel David. Anos de amizade sincera, apesar de brigas e confusões; o carinho dos dois sempre prevaleceu. Conheceu Roberta Alves, Betta, uma de suas melhores amigas atualmente.
Dos seus erros com o 1º namorado, veio o 2º namorado. Ela foi pisada mas não se rendeu de cara. Levou 6 meses para conseguir o sair do namoro. 4 meses de namoro e um término mal explicado, quando tudo estava bem. Então veio, a dor mais forte da sua vida naquele momento, conheceu o sofrimento. 14 anos e alguns trocados. Tão nova. Levou meses pra sarar, então a raiva instalou-se e isso foi essencial para uma mudança radical física e psicológica. Então a vingança concretizou-se e com isso, seu coração fechou-se.
15 anos, 2º ano do ensino médio. O 2º melhor ano da sua vida. Não gostava de ninguém e nem ficava com ninguém. Sua vida se resumia a estudar, amigos e sair pra se divertir. Isso ajudou-a muito, pois a boa nota da 2ª fase do vestibular lhe ajudou bastante na reta final. A dor não existia, e o sorriso fazia-lhe parte de sua vida, o tempo todo. Distribuía sorrisos a todos que podia. Nas vésperas de seu aniversário de 16 anos, então, o primeiro amor. Ele capturou-a num sorriso e ela levou meses para revelar-lhe isso. Este ano ela fez os outros 2 melhores amigos, Marília e Alex. Manoel, Alex, Marília e Betta, os melhores amigos, os irmãos, as pessoas que lhe aconselhavam e cuidavam dela.
Então, o beijo. Dia 12 de janeiro de 2008. Era incondicional, quase platônico, pois raramente se viam. 3 meses e 1 semana. O término. Surpreendentemente, a dor não foi pesada. 3 dias antes do fim desse relacionamento, ela conheceu outra pessoa. Não foi forte, de início, mas mexeu com ela. Confiança foi a primeira coisa que foi depositada nele.
E a cada dia que passava, uma amizade crescente expandia-se. E uma admiração crescia em dobro. Quando chegada a hora, ela estava presa pelo sentimento, completamente. 12 de Maio de 2008. Um beijo despertou toda sua vontade de viver e deixou-se apaixonar. 4 de Junho de 2008. Sentiu algo muito mais forte. Muito mais forte do que qualquer outro anterior. Segundo amor. 7 meses do mais lindo namoro do mundo. Tantas descobertas, tanto sentimento, tanto carinho. Mas seu medo de se entregar, egoísmo e orgulho abalaram tudo.
Vestibular. Férias do vestibular. 1 mês e meio do término, ela se tocou do pior erro de sua vida. Refletiu, analisou por dias seus erros. Março de 2009. Tentativas. O medo aparente dele e seu sentimento bombardeado (por ela mesma) fizeram ela tremer nas bases. Então a descoberta. E com ela, a dor. Não era uma dor qualquer, era uma dor assassina, uma dor que a transtornava, que a fez amanhecer por 2 semanas, e alguns dias aleatórios depois. A dor aumentava consideravelmente todos os dias e a consumia. Ela já não via opção de continuar, apesar de seu orgulho gritar por socorro e seu amor-próprio ter sido esmagado.
Então ela própria colocou-se contra parede. Ficou por 1 semana refletindo em tudo, ao seu lado. Nunca havia sentido o que sentia. Aquele amor expandindo-se todos os dias, apesar da dor. Então, seus erros se converteram em lições; sua dor tornou-se forças para levantar-se; muitos conceitos em sua cabeça foram refeitos; passou a acreditar em si mesma, a conhecer a si mesma; a acreditar na felicidade e na perseverança; sua esperança encheu-lhe de conforto e sua mente trouxe-lhe calma, lucidez e sensatez a cada passo; decidiu não errar e fazer ao que estava ao seu alcance, para fazer, seja ele, seja outra pessoa, a mais feliz possível - nem que isso tivesse que sacrificar-se. Sacrificaria-se feliz, por amor -. Passou a acreditar no amor, em si mesma e na sua força de vontade.
Equilíbrio. Estabilidade interna. Tranqüilidade. Lágrimas? Sim, porque ela é humana e sente dor ao tocar a ferida. Mas seu equilíbrio a mantêm sã, expulsou seus medos, criou-lhe forças, criou-lhe coragem. E com esse equilíbrio, ela transformará tudo em felicidade e compartilhará dela com todos ao seu redor.
Abriu os olhos.
Seja feliz, não perca a esperança de sorrir, não perca para si mesmo.





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Ok, isso não parece muito um monólogo dos que faço, apesar da estrutura de um personagem-narrador de si mesmo; parece mais um desabafo.
Entretanto, por que não ser as duas coisas? :D

Foto: Nhá, uma bobona que não sabe sorrir pra câmera nenhuma. OIASHEAOEIHOIA



"E se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Eu posso ser o seu abrigo
(...)
Mas só quero que saiba meu bem:
Te levo sempre comigo."

(Descançar - Canto dos Malditos na Terra do Nunca)

4 reações

  1. Eu gostei muito do formato em 3ª pessoa. Confesso que se meu blog já n tivesse um perfil definido eu colava hehehe. "durar pra sempre" isso é uma coisa que eu tbm procurava muito mas por conselho, acredito que quando se pensa assim nunca dá certo. Agora só penso no hoje e alguns dias depois. Assim planejo minha vida e meu relacionamento. Tem dado certo sabia? Eu to nos meses de namoro que vc disse os mais lindos do mundo rs... já faz um ano e um mês e ainda estamos vivendo momentos preciosos... n sei se vai ser pra sempre. só espero ter a força que teves e atingir esse equilibrio que conseguistes alcançar. Força. bola pra frente que vc tá optando pelo caminho certo. nunca duvide disso. se cuide Fernanda =**

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  2. Nossa, a minha maior vontade é conseguir fazer isso, vencer meu medos e me encontrar em equilíbrio.

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  3. adorei conhecer um pouco mais da tua vida.Bobona que eu amo!

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  4. :) admiro muito as tuas histórias Fernanda. Sempre que possivel leio e, as vezes, releio alguns. Confesso que muitas vezes serve como "inspiração"

    Beijo

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